domingo, 19 de junho de 2011

UPP na mangueira

Ainda era noite quando um aparato de guerra começou a ser posicionado no meio da rua para o início da ocupação do Morro da Mangueira. Setecentos e cinquenta homens das polícias militar, civil e federal, além de fuzileiros navais, participaram da operação. Faixas espalhadas pela comunidade mostram o principal desejo dos moradores: paz.

Os blindados abriram caminho pelas ruas desertas da comunidade, enquanto os moradores ficaram em casa, com portas e janelas fechadas.
Depois vieram os soldados, que vasculharam com cuidado becos e vielas. Dentro da favela, várias marcas de décadas de domínio dos traficantes, como carcaças de carro e sacos de areia que eram usados pelos bandidos como barricada. No local onde havia um dos maiores pontos de venda de drogas, os traficantes chegaram a construir muros para atacar a polícia. Já nas casas, dezenas de marcas de tiros de fuzil. Várias barreiras foram destruídas.
A operação deste domingo (19) foi rápida. Não houve resistência, nenhum tiro foi disparado. Quarenta minutos depois da chegada, o sinal de que os soldados da haviam dominado todo o morro foi dado com uma fumaça azul.

O ponto mais alto do morro, conhecido como Caixa D'água, que os traficantes usavam como base de observação e domínio, foi o local escolhido pelos homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para hastear as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro, marcando a ocupação das forças policiais. A alguns metros, está o estádio do Maracanã, palco da Copa de 2014 e também das Olimpíadas de 2016.A pacificação da Mangueira fecha o que as autoridades do Rio chamam de cinturão de segurança em torno do Maracanã. Agora, todas as favelas no entorno do estádio estão pacificadas.De um helicóptero foram jogados panfletos com as fotos de traficantes procurados e os telefones para denúncia.O secretário de Segurança Pública considerou a operação um sucesso, apesar de os bandidos que comandavam o tráfico na favela terem fugido. E defendeu a política de informar sobre a ocupação antes para evitar vítimas inocentes.
"Hoje foi devolvido um território a aproximadamente 20 mil pessoas. Sem disparar um tiro, sem ferir ninguém. Esta é, indiscutivelmente, uma vitória", afirmou Beltrame.
Os moradores já acreditam em dias melhores. "Tem que entrar polícia e outros serviços básicos", disse um morador.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

NOTA DE DIVULGAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA – Hospitais - Junho 2011


Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital 
NOTA DE DIVULGAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA – Hospitais - Junho 2011
Tema: Cronogramas Possíveis para Saneamento das Deficiências no Sistema Regulatório e na Atenção Hospitalar Estadual e Municipal do Rio de Janeiro
Data: 28.06.2011 , 3ª feira      Hora: 12:30/18:00
Local: Auditório do MPRJ (Av. Marechal Câmara, 370, 9º andar – Centro)
12:30-13:00 Credenciamento/Distribuição de material aos Diretores de Hospitais
13:00-14:30 Mesa 1- Expositores: Juiz de Direito Representante do Fórum Nacional de Saúde do Conselho Nacional de Justiça. Representante ENSP/FIOCRUZ. CREMERJ. MPF. Promotoria da Saúde.
14:30- 15:30 Mesa 2- Expositores: SMSDC e SESDEC
15:30- 16:30 Painel 1- Relatores: Diretores de Hospitais das redes Estadual e Municipal
16:30- 17:30 Painel 2- Relatores: Conselhos de Profissionais de Saúde. Conselhos de Saúde ( Estadual, Municipal e Distritais).
Objetivo/O que se pretende?
Aprimoramento da atenção hospitalar e do sistema regulatório, funcionando a audiência pública como espaço interinstitucional independente e politicamente neutro, para  circulação de informações, propostas objetivas e contribuições científicas entre as Universidades, Centros de Produção de Conhecimento Científico, CREMERJ, Conselhos dos Profissionais de Saúde, Secretarias de Saúde  do Estado e do Município, Conselhos de Saúde, Comitê Estadual do  Fórum Nacional de Saúde do  CNJ,  Autoridades Públicas e Entidades da Sociedade Civil vinculadas à defesa do direito à saúde.
Motivação/Por que fazer uma audiência pública?
Mensalmente cerca de setenta novas notícias são encaminhadas à Ouvidoria do MP-RJ com reclamações acerca do atendimento prestado nos hospitais públicos. Existem  centenas de  inquéritos civis públicos em tramitação na Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital versando sobre as deficiências nos Hospitais das redes públicas estadual e municipal situados no Município do Rio de Janeiro, nos quais fica clara a necessidade de fomentar  o aprimoramento  do atendimento hospitalar, garantindo o saneamento das deficiências atualmente existentes nas unidades, bem como o pleno e efetivo funcionamento do sistema regulatório.  Os Ministérios Públicos Estadual e Federal vem, sistematicamente, realizando reuniões conjuntas com diversos níveis de gestão, objetivando o aprimoramento do sistema regulatório na rede pública situada no Município do Rio de Janeiro.
Através da audiência pública o MP poderá reunir elementos para propositura de Termos de Ajustamento de Conduta aos Gestores do SUS.
Quem participará?
Gestores do SUS: Secretarias Estadual e Municipal de Saúde
Diretores de Hospitais Públicos Estaduais e Municipais, Chefias de Serviços.
Conselhos Profissionais(  CREMERJ, COREN, etc.)
FIOCRUZ/ ENSP
MPF
Conselhos de Saúde
Entidades da Sociedade Civil vinculadas à defesa do direito à saúde
Comitê Estadual do Fórum Nacional de Saúde do CNJ.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

OXI ou Crack - Os primos da violência Mundial


'Oxi é o primo pobre do crack', diz diretor do Denarc

Segundo Wagner Giudice, nem o próprio usuário se refere ao oxi como ‘oxi’. Rodrigo Pimentel afirma que o nome não passa de um golpe de marketing.

Como o Bom Dia Brasil mostrou, o crack chega às ruas e é vendido e consumido pelos próprios traficantes. Os traficantes maiores acabaram desenvolvendo maneiras de vender a droga com nomes como "Hulk", "Capitão América", e agora, sabemos: o "oxi".
“A polícia já desconfiava. Depois a Polícia Federal investigou e concluiu que o oxi não existe. É o crack, a cocaína misturada com algum combustível. Nada mais do que isso. A promessa de uma droga melhor é, na verdade, um golpe de marketing”, explica o comentarista de segurança Rodrigo Pimentel.
Segundo Wagner Giudice, diretor do Departamento de Narcóticos de São Paulo, nem o próprio usuário se refere ao oxi como ‘oxi’. “O oxi é o primo pobre do crack. É usado com insumos mais baratos e chega ao consumidor final pela metade do preço”, diz.
Segundo Wagner, ocupação ostensiva e reurbanização são trabalhos que precisam ser feitos para acabar com a Cracolândia em São Paulo. “Isso não é problema de São Paulo. O mundo inteiro já passou por isso”, ressalta.
Wagner explica ainda o que é preciso fazer para impedir o tráfico da droga no Brasil. “O importante é apreender a pasta-base. O crack não vem pronto, ele é produzido aqui.”
Ele conta que a mesma medida deve ser implementada no tráfico no campo. “A indústria canavieira é muito dura para o ser humano. Os rapazes que vão cortar cana começaram a usar crack como método de aliviar a dureza do trabalho. A distribuição é como se faz na capital, tem um laboratório nas proximidades e vende-se para as pessoas que trabalham na cana. O combate é como fazemos em São Paulo: impedindo a chegada da droga”, concluiu.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

27º BPMERJ - Última Atualização: 03/08/2010 16:56:04 no site.


Informações:

Rua Guaratan, s/nº. – Santa Cruz, Rio de Janeiro – RJ.

CEP: 23.565-180




Oficial de Dia: (21) 2333-7264

Sala de Operações: (21) 2333-7267 / (21) 2333-7272 (Fax)

Horário de Funcionamento da P/3 para retirada de BRAT e TRO:

1) Cidadão:

• 3ª e 5ª feiras de 09h00 as 15h00;

2) Policial Militar

• 2ª, 4ª e 6ª feiras de 09h00 as 15h00.

Café/Conselho Comunitário

Com o objetivo de propiciar maior interação entre a Polícia Militar, outras instituições públicas e a comunidade, são realizados, ordinariamente, o café e o conselho comunitário. Nos citados eventos, a população tem a oportunidade de endereçar seus pleitos, impressões e sugestões diretamente às autoridades públicas responsáveis, recebendo delas os esclarecimentos necessários.

O ingresso é livre e independe de confirmação prévia.

Na área de atuação do 27º BPM, os eventos ocorrem da seguinte maneira:

Café/Conselho Comunitário de Itaguaí

Sempre na segunda segunda-feira do mês, a partir de 09h, na R. Leda Santiago, 40, Centro, Itaguaí (sede da Associação Comercial, Industrial e Agro-Pastoril de Itaguaí).

Site do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Itaguaí: http://www.ccspi.org.br/ .

Café/Conselho Comunitário de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba

Café

Sempre na segunda quarta-feira do mês, a partir de 0900h, no “Sítio do Bochecha”, ao lado do Fórum de Santa Cruz.

Conselho

Sempre na última terça-feira do mês, a partir de 1000h, na Rua Senador Camará, nº. 372, Santa Cruz (auditório do Conselho Distrital de Saúde).

Site do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba: http://ccs27aisp.zip.net/ e
http://ccs27aisp.blogspot.com/  

Sua presença é muito importante!

Maiores informações no link:


Área de Policiamento e Delegacias de Polícia Civil Relacionadas:

-Cidade: Rio de Janeiro;

-Bairros: Santa Cruz, Paciência e Sepetiba;

Delegacia: 36ª D.P.

-Cidade: Itaguaí

-Bairro: Coroa Grande, Vila Geny, Vila Paraíso, Brisamar, Ilha da Madeira, Mazomba, Mazombinha, Santa Cândida, Teixeira, Jardim Acácias, Ibituporanga, Parque Dom Bosco, Engenho, Vila Margarida, Monte Serrat, Jardim América, Califórnia, Jardim Mar, Ito, Ecologia, Santana, Ponte Preta, Mangueira, Estrela do Céu, Piranema, Santa Rosa, Chaperó, Primavera, Raiz da Serra, Leandro, Parque Independência, Amendoeira, São Salvador e Lagoa Nova;

Delegacia: 50ª D.P.

Resumo histórico:

Municípios de Itaguaí e Mangaratiba, integrantes da chamada Costa Verde, faziam parte, no campo da Segurança Pública, da área de atuação do 24º Batalhão de Polícia Militar, sediado no município de Queimados. A distância entre tais municípios e a sede do Batalhão trazia frequentes problemas quanto ao atendimento aos anseios da população local. O mesmo ocorria com os bairros de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba que eram atendidos pelo Regimento Coronel Enyr Cony dos Santos, cuja sede está localizada em Campo Grande.
Os estudos para implantação do Pólo Petroquímico de Itaguaí aceleraram as negociações para criação de uma Unidade da Polícia Militar que atendesse à população de Itaguaí e à XIX Região Administrativa de Santa Cruz. O aumento da população, principalmente da área de Santa Cruz, fez crescer os índices de criminalidade, fato que preocupou o Comando da Corporação. A partir daí, na medida em que os interesses foram somados, o sonho tornou-se realidade. Com a cessão de área localizada no Distrito Industrial de Santa Cruz, atendia-se a XIX R.A. e a Costa Verde.
O decreto Estadual nº. 15.458, de 17 de setembro de 1990, dando base legal, criou 27º Batalhão de Polícia Militar, cujo aquartelamento foi inaugurado em 15 de fevereiro de 1991, situado na Avenida Guaratan, Distrito Industrial de Santa Cruz. Tendo como Governador do Estado, Excelentíssimo Senhor Dr. Wellington Moreira Franco, sendo o Secretário de Estado de Polícia Militar o Coronel PM Manoel Elysio dos Santos Filho e também como primeiro Comandante, o Coronel PM Adilson Fernandes.

Integrando atualmente o 2° Comando de Policiamento de Area, o 27º BPM tem como área de autuação os bairros de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba e o município de Itaguaí, perfazendo um total de 435,303 quilômetros quadrados com uma população aproximada de 477.000,00 habitantes.

Chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro



Martha Rocha, a delegada de 51 anos que, a partir de hoje, vai comandar 12 mil policiais no Estado do Rio, está assumindo a chefia da Polícia Civil no meio de uma crise sem precedentes na história de uma instituição que já viu vários chefes decapitados por operações Guilhotina, acusados de crimes que vão do simples desvio de conduta a casos escabrosos de corrupção e ligações com milícias e grupos de extermínio. Seu antecessor, Allan Turnowski, foi indiciado, embora não exista ainda uma prova concreta contra ele. Vários delegados e policiais foram presos ao fim de quase dois anos de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, em parceria com o secretario de Segurança Beltrame.
Aqui vão alguns trechos da entrevista com a nova chefe de Polícia Civil:
FAMÍLIA E RELIGIÃO
“Sempre fomos católicos praticantes, éramos todos ligados à igreja Santo Antônio dos Pobres, no subúrbio da Penha, onde fui criada. Meu pai foi velado ali. Vou à missa todo domingo, agora na igreja que fica na esquina da rua de minha casa, na Tijuca. Sou fruto da escola pública. Estudei Direito na UFRJ, quando lecionava como professora primária. Tenho uma irmã pedagoga e um irmão consultor de vendas. Sou a do meio”.
CARREIRA NA POLÍCIA
“Foi por acaso. Fiz um concurso para escrivã em 1983 e depois para delegada em 1990. Eu tive dúvidas se deixava de ser professora. Mas meu pai me estimulou. Ele era feminista sem saber. A polícia me seduziu, me cativou, não há um dia igual ao outro. Não existe rotina. Sei hoje que me preparei a vida toda para este momento. Para sentar nesta cadeira de chefe de polícia. Mas só soube agora. Porque foi uma surpresa total para mim quando o secretário Mariano (José Mariano Beltrame) me chamou para conversar e depois confirmou meu nome. Acho que só ali tive a sensação do reconhecimento de uma trajetória, de uma vida dedicada ao trabalho”.
AMOR E CASAMENTO
“Nunca me casei, mas não foi por causa do trabalho. Simplesmente não aconteceu. Nunca fui namoradeira. Acho que sou muito chata, exigente. E sempre fui muito comportada. Às vezes eu digo que casei com a polícia. Mas acho que nada é mais importante agora para mim do que o desafio de transformar a Polícia Civil, de implementar projetos, metas, resultados, sempre pensando no tripé competência, qualificação e ética. Nos próximos meses, não vou namorar ninguém mesmo!”
LAZER E EXERCÍCIOS
“Levo uma vida muito simples. Além do trabalho, tenho amigos muito antigos, gosto de ir ao cinema. Ler está difícil. Comprei a biografia da (colombiana) Ingrid Betancourt, mas não tive tempo de ler. Eu me cobro mais exercícios. Detesto musculação. Faço uma caminhada meio enganosa. Mas só isso. Sou vascaína, mas não entendo nada de futebol. Não fumo. Bebo água o dia inteiro”.
MODA E BELEZA
“Compro roupa sempre na mesma loja em Ipanema, porque detesto fazer compras. O que não pode faltar em meu armário, jamais, são sapatos de salto alto. Por causa de minha altura, claro. Sempre uso salto. Tanto que eles não me provocam nenhum desconforto. Estou acostumada, o dia inteiro. Maquiagem, quase não uso. Uma base, um batom, no máximo”.
MULHER NA CHEFIA
“Acho que mulheres tendem a ser mais pragmáticas, mais rápidas nas decisões, por natureza mesmo. Eu falei com a nova secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, ela me ligou dando os parabéns, e logo combinamos nos encontrar na próxima terça-feira no Rio para trocar informações e pensar em projetos comuns. Só a havia encontrado numa conferência nacional sobre homofobia. Nós, mulheres, temos um certo despojamento. Não damos tanta importância a alguns rituais de poder ou cargos. Queremos resultados. Além disso, por ser a primeira mulher neste cargo no Rio, eu sinto como se tivesse mais responsabilidade, mais compromisso de dar certo, em nome de todas as mulheres. Pode parecer bobagem, mas acho que as mulheres que rompem barreiras pensam assim”.
CRISE E FUTURO
“A palavra crise não faz parte de meu vocabulário. As acusações e os crimes levantados pelas últimas operações não dizem respeito a minha história dentro da polícia. Nem de toda a instituição, mas de alguns grupos. Às 10h da manhã de sábado, estarei reunida com cerca de 20 pessoas de minha equipe para traçar as grandes linhas e prioridades de nossa gestão. Preciso conhecer melhor o presente, preciso ouvir a todos. Entre meus objetivos, está o de fortalecer a Corregedoria para que a gente não precise mais da intervenção da Policia Federal ou de qualquer forca externa para corrigir nossos rumos e cortar na nossa carne. A Polícia Civil precisa fazer isso, precisa investigar a si mesma, com transparência, para ganhar a confiança da população. Precisamos também dar um atendimento respeitoso, eficiente e ético àquela mulher com uma penca de filhos ou a qualquer cidadão que chega a uma delegacia com seu problema. Compartilho a visão de especialistas que dizem que o policial civil é o pedagogo da sociedade. Ele tem uma função educativa. Precisamos transmitir uma boa imagem e dar o bom exemplo”.

Presidente do Instituto de Segurança Pública


Paulo Augusto Souza Teixeira, carioca, 43 anos é Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Ingressou no serviço público em 1985, tendo atuado em diversas unidades operacionais e chefiado o antigo Centro de Processamento de Dados da PMERJ. Trabalhou nas Secretarias de Estado de Ação Social e Cidadania e na de Segurança Pública, além de ter exercido diversas funções no Instituto de Segurança Pública, como as de Coordenador dos Conselhos Comunitários de Segurança (CCS) e do Núcleo de Pesquisa em Justiça Criminal e Segurança Pública (Nupesp).
O atual presidente do ISP desenvolveu diversos estudos sobre a atividade policial e sobre a relação da polícia com a comunidade. Seus últimos trabalhos, publicados em 2009, foram os artigos: “Cafés e Conselhos Comunitários de Segurança Pública/RJ no Contexto Democrático” e “Processos de Treinamento no Uso da Força para Policiais Militares da Região Sudeste; Uma Análise Preliminar”. O primeiro faz parte do livro “Participação e Segurança Pública: teoria e prática”, editado pela Universidade Federal da Paraíba e o segundo foi publicado na Revista Brasileira de Segurança Pública, editada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Foi nomeado ao cargo de Diretor-Presidente do Instituto de Segurança Pública pelo Governador Sérgio Cabral Filho em 08 de julho de 2009.

Secretário de Segurança Pública


Nome: José Mariano Benincá Beltrame

Histórico profissional: Formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em Administração de Empresas e Administração Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especializou-se em Inteligência Estratégica na Universidade Salgado de Oliveira e na Escola Superior de Guerra.

Fez curso de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública e de Análise de Dados de Inteligência Policial, Sistema Guardião. Ingressou no Departamento de Polícia Federal no ano de 1981 como agente, principalmente, na área de repressão a entorpecentes. Exerceu funções no setor de inteligência, combatendo o crime organizado em vários Estados brasileiros.

Ministrou aulas e palestras no Curso de Pós-graduação em Inteligência e Segurança Pública da Universidade Federal do Mato Grosso. Na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, como delegado de Polícia Federal, foi coordenador da Missão Suporte, chefe do Serviço de Inteligência e da Interpol.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Movimento Social não enfraqueceu. Se fortaleceu com a internet

Para Eduardo Barbosa, movimento social não enfraqueceu. "Está de cara nova e agora usa internet para reivindicar"

07/06/2011 - 18h30

Eduardo Barbosa integrou o movimento social de luta contra a aids de 1994 a 2004. Foi presidente do GIV (Grupo de Incentivo à Vida), do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo e participou da fundação da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids..

Está no Ministério da Saúde desde 2004, quando foi convidado para ser o responsável adjunto pela Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos. Em 2006, assumiu a diretoria adjunta do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.

Agência Aids: Qual foi a principal luta do movimento social na época em que você era ativista?

Eduardo: O ativismo era fundamentado na luta pela vida e pelo acesso a medicamentos. Naquela época, as mortes eram frequentes. A gente brincava no GIV que o nosso passeio era ir a velório e cemitério. Era um momento de incerteza muito grande.

Agência Aids: Depois que o Brasil passou a fornecer antirretrovirais, em 1996, qual passou a ser foco dos militantes?

Eduardo: Por volta do ano 2000 começamos a exigir também questões como trabalho e qualidade de vida. Hoje em dia a luta está muito mais focada em direitos humanos, direito à maternidade, paternidade, emprego, lazer, namoro. Junto com essas mudanças modificou-se também a forma der fazer ativismo.

Agência Aids: O que mudou?

Eduardo: Se antes era necessário ir para a rua fazer manifestações, jogar sangue na porta de um Centro de Referência (de DST/Aids) ou fazer uma mobilização na porta do teatro municipal de São Paulo colocando velas, hoje existem outros caminhos. Os meios de comunicação evoluíram. As redes sociais na internet tornaram a informação muito mais rápida e ágil. Então, denúncias de falta de medicamentos, maus tratos, violações de direitos relacionadas à discriminação e preconceito tornam-se públicas de forma muito mais rápida.

Agência Aids: Há militantes que criticam essa nova forma de ativismo. Para eles, o movimento social está enfraquecido. Você concorda?
Eduardo: Já vi essa colocação sendo feita várias vezes, e discordo. Não acredito de forma nenhuma que o ativismo esteja enfraquecido ou que as pessoas perderam a capacidade de se indignar. Elas continuam se indignando e se mobilizando, mas em um contexto diferente. O ativismo está de cara nova e essa cara precisa ser interpretada.

Agência Aids: Para o governo, essa nova militância têm tanto impacto quanto à realizada anteriormente, no início da epidemia?
Eduardo: Acredito que sim. O governo, especialmente na área de saúde, acompanha essas novas mídias. É uma forma de verificar o que está sendo feito na ponta, as principais dificuldades e demandas da população. E lógico que quando existe uma série de denúncias na internet o poder público tem que procurar ver o que está acontecendo e dar respostas para isso.

O fato dos militantes estarem dialogando mais com o governo é visto algumas vezes como ativismo burocrático. O que acontece é que o governo está mais aberto para a conversa, até porque há pessoas, como eu, que vieram do movimento social e possuem essa disposição.

Agência Aids: Você considera que contribui mais para a luta contra a aids enquanto ativista ou trabalhando para o Departamento?
Eduardo: Das duas formas. No movimento social você tem um foco e uma forma de atuação e você vai cobrar efetivamente as políticas públicas. No governo é uma outra forma de atuação. Existem limitações que são legais, de prioridades e estrutura.

Agência Aids: Você se considera um ativista que atua no governo?
Eduardo: Não. Sou uma pessoa com conhecimento do movimento social, que atua como alguém do governo e busca dialogar com os militantes.

Agência Aids: Como a experiência de ativista influencia no seu trabalho atual?
Eduardo: Até por conta do envolvimento com a causa você extrapola o limite do funcionalismo público, não tem horário. Então se precisa ir sábado ou domingo no aeroporto para liberar uma carga, você vai. Se precisa algumas vezes quebrar protocolos de hierarquia para resolver um problema você acaba fazendo, e às vezes até recebendo algumas advertências.

Hoje, quando temos alguma perspectiva de falta de medicamento ou algum outro problema, lógico que como pessoa que vive com HIV você tem uma postura diferenciada. Você não quer que falte remédio nem para você nem para os outros, então vai buscar um caminho para encurtar os processos burocráticos e agilizar as soluções.

Agência Aids: Assim como aconteceu com você, alguns ativistas estão indo trabalhar para o governo. Outros, por diferentes motivos, estão abandonando a causa. Os integrantes da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids é que substituirão esses militantes?
Eduardo: Os jovens estão se somando aos adultos, e não vindo para substituí-los. Existem problemas na comunicação entre os grupos e segmentos de ativistas, mas, cada um está buscando a melhor forma de atuar dentro do seu espaço. Para mim, os jovens adultos têm muitos problemas de ego e de busca por pequenos poderes. Mas a maioria dos ativistas está realmente preocupada com a causa.

Agência Aids: Qual o maior desafio do movimento social atualmente?
Eduardo: Conseguir sustentabilidade. Se as pessoas se mobilizam e percebem determinada necessidade, toda a sociedade tem que contribuir para atender essa demanda, não só o governo. Em relação ao financiamento governamental, uma das dificuldades é que a legislação brasileira dificulta o repasse de recursos, pois quase equipara organizações sociais de fim lucrativo com as de cunho totalmente voluntário. Essa relação é muito desigual. Estamos buscando junto ao governo federal outras formas de financiamento para as ONGs.

Fábio Serrato

DICA DE ENTREVISTA:

Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Assessoria de Imprensa
Tels.: (61) 3306 7051 / 7024 / 7010 / 7016
E-mail: imprensa@aids.gov.br

As várias faces da Aids em 30 anos de Epidemia

Em 30 anos de epidemia, a doença que deixou de ser conhecida como o Mal do Século, não tem cara, nem endereço, afeta mulheres, adolescentes e pobres, e segue seu rumo ao interior do país, nas pequenas cidades visibilizando ainda mais os problemas de saúde pública.. Hoje atinge cerca de 630 mil brasileiros soropositivos ao vírus HIV.

Esta geração que hoje tem 30 anos ou menos, ainda não perdeu os vícios e o preconceito que ainda cerca as pessoas vivendo com HIV e AIDS. A necessidade de combate ao estigma, ignorância, rejeição e à discriminação é urgente, pois já faz parte de brigas judiciais, e até de criminalização dessa população. “Isso alimenta o número de pessoas que vivem com o vírus e que ignoram sua condição, não aderindo ao tratamento dos medicamentos. O que resulta na mortalidade de mais de 12 mil por ano.”, disse o coordenador geral da ONG GTP+, Wladimir Reis.

Em menos de 15 anos, ela já havia mudado de face. No início da epidemia, na década de 80, se calculava uma mulher com Aids para cada 40 homens infectados. Hoje, essa proporção já está em um por um. Há também um grande número de adolescentes, o que preocupa de como esses jovens estão enfrentando questões que fazem parte da idade, como a sexualidade e sua conduta na escola.

O uso de drogas e da violência urbana, também é uma realidade e vem crescendo entre os jovens e adultos soropositivos ou não. O que nos revela mais uma preocupação com relação aos serviços públicos, que ainda não estão preparados para receber esta nova demanda. Para Wladimir Reis, coordenador geral do GTP+, está é uma realidade crescente vivenciada pelos serviços não governamentais que atuam com a temática. “Novas drogas que causam grande dependência física e psicológica, proporciona ainda mais vulnerabilidades a cidadãos ou cidadãs ao HIV”, disse.

Os 30 anos de Aids que já fizeram 25 milhões de vítimas em todo o mundo, também foi uma época de grandes êxitos contra o vírus. Em 1996, com o desenvolvimento dos anti-retrovirais, a doença passou a ser hoje uma enfermidade crônica. O progresso científico na luta contra a Aids, lembrando que atualmente é possível eliminar a contaminação entre mãe e filho. A produção em pesquisas de novos produtos, que é uma saída para substituir a quantidade de medicamentos que o soropositivo tem que tomar quando adere ao tratamento. Os esforços agora são direcionados para a prevenção com novos métodos: a circuncisão, que segundo pesquisas podem diminuir as chances de contágio; um gel microbicida para as mulheres e o tratamento dos doentes que diminui em mais de 90% as chances de transmissão do vírus. Também com relação aos novos métodos de prevenção, baseados na mudança de estratégias na sensibilização ao uso de preservativo e também de antiretrovirais antes e após a relação sexual de risco.

O relatório anual de casos de Aids em Pernambuco comprova que o controle da doença está longe de ser equacionado. Para se ter uma idéia, o número de casos notificados entre 1983 e este ano é de 15.484 casos, sendo 10.233 em homens e 5.251 em mulheres. Dos 185 municípios de Pernambuco, incluindo Fernando de Noronha, 173 apresentam pelo menos um caso de Aids registrado (Fonte: SINAN/PE).

A luta do Movimento Nacional de Luta Contra a Aids, que sem dúvida tem uma grande parcela nos resultados positivos do programa de AIDS do Brasil, visto pelo mundo como modelo. Atualmente busca a garantia da qualidade de vida para todos os/as soropositivos/as, pelo acesso ao tratamento ambulatorial e hospitalar, de leitos hospitalares e a garantia dos medicamentos. Hoje é necessário incentivar ações para por fim ao preconceito em escolas, hospitais, no âmbito do trabalho e da família.

A aids em número - A cada minuto acontecem 11 novos casos no mundo. Só no ano passado, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), foram registrados 5,8 milhões de novas contaminações e 2,5 milhões de mortes. A Região Sudeste tem o maior percentual de notificações de infecção por HIV, com 305 mil casos (60,4%) entre os 630 mil existentes. O Sul concentra 95 mil casos (18,9%, acima de seu percentual populacional), o Nordeste 58 mil (11,5%), o Centro-Oeste 28 mil (5,7%) e o Norte 18 mil casos (3,6%).

5 de junho - Há 30 anos, no dia 5 de junho de 1981, o Centro de Controle de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, descobriu em cinco jovens homossexuais uma estranha pneumonia que até então só afetava pessoas com o sistema imunológico muito debilitado. Um mês depois, foi diagnosticado um câncer de pele em 26 homossexuais americanos e se começou a falar de "câncer gay". No ano seguinte, a doença foi batizada com o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Sida, em inglês Aids.

Dois mil e 500 jovens são infectados pelo HIV a cada dia em todo o mundo

Agência Brasil
Todos os dias, cerca de 2.500 jovens são infectados pelo HIV em todo o mundo, de acordo com um relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros órgãos internacionais.

A publicação indica que a prevalência do HIV entre jovens caiu pouco e alerta que as adolescentes enfrentam um risco desproporcional de infecção por conta de sua vulnerabilidade biológica, da desigualdade social e da exclusão.

De acordo com o relatório, pessoas com idade entre 15 e 24 anos concentram 41% das novas infecções entre adultos com mais de 15 anos em 2009. Em todo o mundo, cinco milhões de jovens viviam com HIV no mesmo período. A maioria deles vive na África subsaariana, é mulher e não sabe que foi infectada.

A publicação destaca que o início da adolescência é um momento oportuno para frear a epidemia de aids no mundo – já que é o período que antecede o início de uma vida sexual ativa. O documento elogia medidas adotadas em países como a Tanzânia, onde a ideia de homens que buscam relacionamento com meninas muito novas se tornou algo a ser ridicularizado.

30 anos após descoberta da Aids, expectativa de vida de pacientes se aproxima dos não infectados

Trinta anos após a descoberta da aids, a expectativa de vida de pacientes soropositivos que se submetem a tratamento antirretroviral se aproxima da pessoa não infectada pelo HIV, de acordo com a diretora do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Valdiléa Gonçalves Veloso.

“No início da epidemia, a gente media a expectativa de vida dessas pessoas em semanas e meses. Hoje, ela é indefinida. Estudos mais recentes mostram uma proximidade com a expectativa de vida da população em geral”, explicou.

Em entrevista à Agência Brasil, a infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) listou alguns avanços registrados nas últimas três décadas no enfrentamento à doença, como o isolamento do HIV em laboratório, a disponibilização do teste-diagnóstico e de exames de carga viral e de contagem de linfócitos, que monitoram a infecção e a multiplicação do vírus no organismo.

Um dos marcos no cenário mundial, segundo ela, foi a implantação da terapia antirretroviral potente, também conhecida como coquetel antiaids. A partir deste momento, a doença passa a ser vista como um problema crônico grave e não mais como uma sentença de morte. Além de uma expectativa de vida maior, a qualidade de vida dos soropositivos também aumentou.

“Hoje temos drogas que dão um conforto maior ao paciente. Os comprimidos diminuíram, a frequência e a exigência de restrição alimentar também e os remédios têm uma toxidade menor do que no início. São menos efeitos colaterais, o que faz com que o paciente tolere melhor os medicamentos”, ressaltou.

Outra vantagem é que pessoas com aids já podem ser submetidas a várias rodadas de tratamento. Há alguns anos, quando os primeiros medicamentos fracassavam, a expectativa de que uma segunda tentativa funcionasse era pequena. Atualmente, há uma lista de remédios que podem ser prescritos em casos de resistência ao HIV.

Valdiléa lembrou que mesmo diante do enfrentamento, a epidemia de aids já acometeu mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, além de ter provocado a morte de cerca de 25 milhões. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que entre 30 e 35 milhões de pessoas estão infectadas.

“A infecção continua sendo transmitida, mas tivemos resultados de pesquisas muito animadores em relação à prevenção e que demonstram que o uso dos antirretrovirais pode contribuir para a prevenção”, destacou, ao se referir a um estudo com casais sorodiscordantes que indica que o risco de transmissão cai em 96% quando o parceiro soropositivo se submete a um tratamento eficaz.

Para a infectologista, o resultado do estudo atesta que, se a população atualmente infectada pelo HIV tiver acesso ao tratamento, isso poderá representar um impacto considerável no controle da epidemia no futuro.

“A ciência vai continuar avançando. Vamos gerar cada vez mais conhecimentos que vão permitir que as pessoas infectadas vivam mais e melhor. Mas tudo o que a ciência gera, no final, depende de uma outra parte, de fatores que não estão associados, de decisões políticas de grandes líderes mundiais que nem sempre optam por tornar o acesso mais igualitário”, concluiu.

10ª Conferência Internacional sobre Saúde da População Urbana 10

Pela primeira vez, o Brasil ea América Latina terá o privilégio de ser o anfitrião da conferência anual internacional do mundo em saúde urbana - 10 º Conferência Internacional sobre Saúde da População Urbana (ICUH2011). A reunião está agendada a partir de terça-feira 1 de novembro de sábado, 5 de novembro de 2011, no Centro de Convenções Minascentro, em Belo Horizonte, Brasil (...)
 TemaO principal tema a ser abordado na 10 ª Conferência Internacional sobre Saúde da População Urbana será ação de saúde urbana em direção a capital, com interesse especial no contexto urbano, a sua métrica, e intervenções. Este tema e outros serão exploradas por organizações internacionais palestrantes e participantes durante toda a duração da conferência (...)
 Submissão de resumosA 10 ª Conferência Internacional sobre Saúde da População Urbana convida agora a submissão de resumos para análise no programa. A conferência será composta de múltiplas e simultâneas sessões orais, apresentações de pôsteres e sessões de poster-oral. sessões orais pôster será organizada em torno de ser determinada, temas e permitirá que os investigadores apresentam seus resultados a uma audiência aberta (...)
 Apresentar uma proposta workshopOs organizadores da conferência estão organizando para realizar oficinas diversas, durante a Pré-Conferência, em conjunto com organizações comunitárias, políticos e acadêmicos. Se você está interessado na organização de workshops, acções de formação ou outras sessões, você pode enviar uma proposta através do nosso formulário (...)
 Oportunidades de Patrocínio e ExposiçãoPatrocínio e Exposição na ICUH 2011 são uma excelente oportunidade para aumentar a exposição da marca, e para demonstrar produtos ou serviços. Se quiser ser nosso parceiro, entre em contato conosco para obter mais informações na (...) sponsorship@icuh2011.com
Belo Horizonte
 
Belo Horizonte é a capital do estado de Minas Gerais, a sexta maior cidade do Brasil.
Localizado na região Sudeste, posicionado convenientemente para o resto do Brasil e nas Américas, a cidade é cercada pela Serra do Curral Montanhas, que servem como pano de fundo natural, bem como uma referência histórica (...)


Esperamos vê-lo na conferência!
 
Conferência Internacional sobre Saúde da População Urbana 10Observatório de Saúde UrbanaFaculdade de Medicina / Universidade Federal de Minas GeraisAv. Prof. Alfredo Balena, 19030130-100 Belo Horizonte / MG - BrasilTelefone: 55 (31) 3409-9949www.icuh2011.com

ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA GERAL - Tempos de Provas.

QUESTIONÁRIO PARA A PROVA

1) O QUE É SOCIOLOGIA?
Sociologia é a ciência que estuda a sociedade humana e a interação entre os homens. Interessa-se pelo modo como são criadas, mantidas e transformadas as organizações e as instituições que dão forma à estrutura social, pelo efeito que têm sobre o comportamento individual e social, e pelas transformações provocadas pela interação social. 
Seu terreno de investigação é bastante amplo, podendo abranger desde motivos pelos quais as pessoas selecionam seus pares até as relações de poder ou as razões das desigualdades sociais. É, portanto, o ramo do conhecimento que faz das relações humanas seu objeto, aplicando de modo sistemático a razão e a observação e integrando explicações teóricas e métodos quantitativos e qualitativos de verificação empírica. 
A Sociologia é uma ciência relativamente nova em relação a outras ciências sociais, como a Economia, a Ciência Política, a Antropologia e a Psicologia. Embora tenha suas origens na filosofia política e social dos filósofos gregos, (Platão, Aristóteles) como campo definido de conhecimento a Sociologia surge com o nascimento da sociedade moderna, no século XIX. O termo Sociologia foi cunhado por Augusto Comte que esperava unificar nessa ciência todos os estudos sobre o homem, incluindo História, Psicologia e Economia. 
A criação e o desenvolvimento da Sociologia como ciência está associada principalmente aos nomes de Auguste Comte,  Aléxis de Tocqueville,  Herbert Spencer,  Émile Durkheim,  Karl Marx,  Max Weber e Talcott Parsons.

2) IDENTIFIQUE OS PROCESSOS SOCIAIS BÁSICOS DE INTERAÇÃO.
A. Cooperação: ações conjuntas exemplificadas pela divisão social do trabalho.
B. Competição: disputa por bens e vantagens limitadas. A Regulação é a saída pra evitar conflito. Competição consciente, rivalidade e conflito.
C. Conflito: periódico e intermitente devido ao grau de tensão social que envolve os indivíduos. Pode tambem aliviar tensões internas. Ex.. Litígio, duelo, sabotagem, revolução, guerra.
D. Acomodação: redução de situações de conflito sem que haja mudança de sentimentos ou atitudes. O conflito fica controlado por coerção, tolerância, compromisso ou acordo, conciliação.
E. Assimilação: processo profundo e durável de alteração dos modos de pensar e agir que garante solução permanente para conflitos. Grupos diferentes se tornam semelhantes. Ex. Aculturação, conversão.

3) EXPLICITE OS PRINCIPAIS AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO.
A. Família: primeira exposição. Reproduzem para os filhos(as) os valores, normas e costumes por meio de transmissão cultural.
B. Pequenos grupos “panelinhas”: estabelecimento de relações estreitas de solidariedade e  compromisso grupal. Maçonaria, grupos de auto-ajuda.
C. Escola: contato com burocracias, regras coletivas, meritocracia. Relações informais – da família- são substituídas por formais – impessoais.
D. Grupos de status: variam ao longo do ciclo de vida. Primeiro definido pelo sexo, depois pela idade, depois por renda, consumo, comportamentos prevalentes em grupos ocupacionais. Na fase adulta o indivíduo aprende gestos, gosto por leituras, linguajar próprio, consumo específico e assim por diante.
E. Grupos de referência: símbolos e modelos de comportamento. Beatles, artistas de televisão, jogadores de futebol, políticos influentes, etc.

4) DIFERENCIE SOCIEDADE POLÍTICA DE SOCIEDADE CIVIL.
A sociedade política são os aparelhos e estruturas  do Estado, sua organização política, que desempenham funções institucionais de dominação. A sociedade política é um conceito mais amplo que Estado e mais restrito que sociedade. Ele se refere ao conjunto de instituições burocráticas e administrativas do Estado, se refere aos cidadãos que participam dessa determinada organização política, dos valores dessa mesma organização e da forma como as decisões políticas são tomadas, mas também as consequências sociais de uma determinada ação política, o modo das relações sociais na esfera política, a relação da esfera política com outras esferas da vida social. 
A sociedade civil é formada pelo conjunto dos organismos comumente chamados privados e que exercem certa hegemonia, principalmente ideológica, em seu meio social

5) COMO EVOLUIU, EM LINHAS GERAIS, A NOÇÃO DE SOCIEDADE CIVIL?
Maquiavel estabeleceu uma das primeiras importantes distinções entre sociedade e Estado. Para ele a "sociedade civil" seria o oposto do indivíduo isolado, ou, mais especificamente, a condição do homem que vive numa cidade.
 Kant desenvolveu o conceito de Sociedade Civil como uma sociedade estabelecida com base no direito, na ordem e segurança, ou seja, independente do estado de natureza (caracterizada pela guerra potencialmente permanente de todos contra todos).
Modernamente sociedade civil refere-se à arena de ações coletivas voluntárias em torno de interesses, propósitos e valores. Suas formas institucionais são distintas daquelas do estado, família e mercado, embora na prática, as fronteiras entre estado, sociedade civil, família e mercado sejam frequentemente complexas, indistintas e negociadas. 
Exemplos de atores da sociedade civil organizada: instituições de caridade, organizações não-governamentais de desenvolvimento, grupos comunitários, organizações femininas, organizações religiosas, associações profissionais, sindicatos, grupos de auto-ajuda, movimentos sociais, associações comerciais, coalizões e grupos ativistas. 
6) QUE CRÍTICAS PODEM SER FEITAS AO MODELO DE CIDADÃO DA MODERNIDADE?
O cidadão racional dos movimentos revolucionários da modernidade, no século dezenove principalmente, propunha uma organização da sociedade de forma a diminuir as desigualdades sociais que se acentuaram com o desenvolvimento do capitalismo, que criou condições de vida desumanas para grande parte das pessoas. Porém os efeitos nocivos da racionalidade começaram a aparecer (por exemplo, o regime instalado na União Soviética começos a demonstrar seu aspecto autoritário). Mas a racionalidade chegou ao seu ápice de desumanidade e crueldade no nazismo, um regime com uma intensa organização burocrática que pretendia realizar um sistemático extermínio de etnias e de formas de vida que eram considerados inferiores pela ciência e dispendiosas para o Estado Alemão. As virtudes da razão eram exaltadas, tudo era planejado em termos de custos e benefícios. Desprezavam-se a moral e os valores individuais, pois estes seriam aspectos da irracionalidade e não eram úteis ao tipo de sociedade que se pretendia implantar. A racionalidade perpassava todos os discursos do século XX e criava muitas mazelas para a Humanidade.
Os últimos anos da década de sessenta do século XX foram marcantes no que diz respeito às críticas a esse modelo de racionalidade. Houve, nessa época, diversos movimentos de contestação, que emergiram em todos os continentes. As novas formas de perceber o mundo já não se adequavam mais aos modelos de pensar e agir, então existentes. A crítica à modernidade, de forma geral, baseou- se, a partir daí, em uma crítica contra a sua necessidade de controle rígido da natureza, este controle que fazia pensar no poder do Homem em garantir a prevenção de eventuais acasos e garantir a sua felicidade. A História mostrava que essa concepção de ser humano, de cidadão e de mundo não era realizável, pois não havia conduzido à paz social: ao contrário, trouxera crises, conflitos, guerras, ameaças do apocalipse nuclear, produzindo a sensação de proximidade com o extermínio da Humanidade. O modelo de sociedade da modernidade mostrava indícios de esgotamento. A felicidade, segundo os padrões modernos, passou a ser considerada um projeto irrealizável.
O paradigma moderno e universal de pensar o mundo e nele agir, de controlar e planejar a sociedade, começou a passar por um sério desgaste. Novos movimentos libertários estavam surgindo, contra os que levavam a organização racional e científica às últimas consequências. Desenvolveu-se, neste momento, um descrédito em relação a essas maneiras de organização como um meio de intromissão, por meio de um discurso autorizado e autoritário, na vida das pessoas.
7) COMO ENCONTRAR SOLUÇÕES PARA AS INJUSTIÇAS DA VIDA SOCIAL EM TEMPOS DE GLOBALIZAÇÃO?
Na busca por alternativas que solucionem as injustiças sociais, deve-se criar um outro modelo de sociedade que questione toda essa organização econômica e social que atende aos interesses de uma minoria, de forma que a globalização seja transformada em um espaço para que as trocas culturais  ocorram de forma justa e igualitária. Para isso, condições básicas de cidadania devem ser asseguradas, democratizados os recursos essenciais à manutenção de uma vida digna (direito à saúde, educação, alimentação, moradia, emprego, lazer, etc.), criando-se políticas públicas que interfiram no processo de “mercadorização” dos meios necessários à sobrevivência.. Isso quer dizer: não deixar que tais recursos só estejam ao alcance de quem pode pagá-los; e que sejam garantidos publicamente, para todos, como possibilidade para que se promovam melhorias sociais. A organização imposta pelos países que constituem a hegemonia do atual processo de globalização, tende a privatizar esses recursos e serviços. Com a implantação destas medidas de ampliação de políticas públicas, procura-se reverter o constante declínio da organização republicana do Estado. O republicanismo é sinônimo de coisa pública, pertencente a todos, de que todos, de maneira igualitária, podemos e devemos fazer parte.
Atualmente, predomina o critério de capacidade de consumo para identificar o cidadão. Essa visão empobrecedora, desmobilizadora e despolitizadora, reduz o significado de Cidadania. e compromete, assim, o seu significado multidimensional e o espírito público do cidadão, possuidor de direitos e deveres. A luta pelos Direitos Humanos, garantidos para todos e para que todo cidadão seja educado em uma Cultura de Direitos Humanos, reinventa a Cidadania, forma pessoas ativas e participantes nos rumos da sociedade de que fazem parte.
8) FALE EM LINHAS GERAIS SOBRE A PÓS-MODERNIDADE.
A Pós-Modernidade é a fase histórica correspondente a uma determinada forma de organização econômica e cultural, que produz um avanço no mercado consumidor. Em linhas mais críticas, essa exaltação da fragmentação e da diversidade sociais não dá respostas satisfatórias às pretensões éticas e políticas compromissadas com o fim das injustiças sociais, pois, de uma forma sutil, continua a existir uma regulação social pelo consumo. Aquele que não tem capacidade de consumo, é excluído e destinado a viver em bairros habitados por uma imensa parcela segregada.. A regulação social promovida pela pós-modernidade exclui os que não têm dinheiro do direito à cidadania. O estímulo às diferenças, que é promovida hoje em dia, possui interesses comerciais.
Já para autores como Bauman, a pós-modernidade, conceito filosófico, social e psicológico, é marcada por uma série de desafios. Sua raiz é o despertar do sono dogmático da modernidade e sua crença na razão instrumental e na vida administrada. As utopias modernas jazem sob os escombros do projeto iluminista. Este cenário pode nos fornecer um diagnóstico das inúmeras faces de nossa sociedade paralisada pelo medo.

9) DE ACORDO COM UMA CÉLEBRE PASSAGEM DE KARL MARX, “TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR”. EXPLIQUE, À LUZ DAS IDÉIAS DE BAUMAN.
Como já apontavam Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista (1988), o capitalismo tem como uma de suas características principais "derreter", "dissolver", tudo aquilo que é sólido, transformando o novo em caduco antes mesmo que este possa se estabelecer. Bauman corrobora essa afirmativa com sua noção de "modernidade líquida", que apoiada em uma lógica burguesa-capitalista, impõe um ritmo frenético a vida de todos nós, impelindo-nos cotidianamente em busca do novo, daquilo que é mutável, em suma da transformação. O autor utiliza de forma sábia o adjetivo "líquida" para se referir à modernidade, justamente porque a considera um momento onde a volatilidade predomina em detrimento da solidez. Desse modo, conforme afirma o autor, essa estrutura capitalista deixa de ficar restrita especificamente à esfera econômica para se expandir para outras esferas da vida social e individual, como a forma como estabelecemos atualmente nossos relacionamentos interpessoais.
De acordo com Bauman o modo capitalista e seu crescente apelo consumista se reflete na maneira como nos relacionamos uns com os outros, isto é, nos relacionamos com nós mesmos e com o outro de forma superficial, frágil, instantânea e descartável. Posto isso, se relacionar assume o mesmo sentido que consumir, de modo que não estabelecemos relações, mas sim consumimos "objetos" para nossa satisfação imediata. O outro é visto agora como um objeto que pode ser utilizado e descartado a qualquer momento e nesse sentido, torna-se mais interessante colecionar objetos, do que estabelecer uma relação estável e duradoura. Por isso entram em voga outras formas de relacionamento como o "ficar" e até mesmo os intercursos relacionais possibilitados pelas tecnologias digitais, como redes sociais virtuais, namoro e até mesmo o sexo virtual, por exemplo, que ganham cada vez mais adeptos conforme a expansão da internet.. A modernidade que, conforme já dito, impõe um ritmo acelerado ao nosso cotidiano e nos expõe a um sem-número de mudanças e informações, nos impede de estabelecer relações que exijam de nós uma doação maior e mais profunda, ficando apenas no nível do imediato. Assim sendo, Bauman nos coloca a pensar sobre o tipo de sociedade em que estamos vivendo e sobre o tipo de homem que a mesma está produzindo: uma sociedade volátil e frágil que constrói homens igualmente frágeis e voláteis, incapazes de estabelecer vínculos reais e duradouros. Conforme aponta o autor, o homem moderno é um homem desprovido de vínculos.

10) PARA BAUMAN, COMO SE DÁ A PASSAGEM DA MODERNIDADE SÓLIDA PARA A LÍQUIDA?
Bauman explora a passagem do que considera uma “modernidade sólida” para a “líquida”. Segundo o sociólogo Norbert Elias, a modernidade atual é muito mais leve e dinâmica e, entendendo a transição e o que isso significa, é possível atuar no mundo contemporâneo. 
Propondo como tema uma nova visão sobre a modernidade, voltada à fluidez das relações, no individualismo pregando o dinamismo, Zygmunt Bauman norteia seu “Modernidade líquida”, expressão síntese desta nova idéia.
O autor inicia seu estudo discutindo a idéia de liquidez e fluidez. Por se tratar de um conceito voltado à mudança de formas para acomodação nos mais diversos encaixes, é inevitável a analogia à nossa atual e imediatista sociedade pois “assim, para eles [nossos conviventes], o que conta é o tempo, mais do que o espaço que lhes toca ocupar; espaço que, afinal, preenchem apenas ‘por um momento’. Desta forma, Bauman afirma que sólido é aquilo que para outros pensadores, como Weber e Marx, soa como algo retrógrado, ultrapassado, rígido, duradouro e previsível em suas formas e possibilidades, em muitos de seus aspectos (econômico, social, político etc.).
A "modernidade líquida" tal qual a proposta, refere-se ao momento histórico contemporâneo, que foi se desenvolvendo gradativamente desde a eclosão do capitalismo industrial e vem se intensificando nos dias de hoje, conforme o avanço do capitalismo.

A Educação vem do berço e o Educador vem de onde?

Colegas
Relato um episodio de homofobia ocorrido ontem, 6/6 numa escola pública no centro de Salvador. Meu companheiro Ronaldo, 24 anos, realizando estágio de pedagogia numa turma infantil de 3 a 4 anos, no segundo dia do estágio, um menino chamou: pró, pró!, aí outro retrucou alto: não é pró, é bicha..
Ronaldo é franzino, delicado, mas não desmunhecou nem fez nada diferente para justificar tal comentário. Então Ronaldo falou com a professora, quando um outro menino de 4 anos completou: Ele não disse bicha, disse viado!
A professora ficou revoltada, pegou o menino e deu-lhe uns chacoalhões dizendo: Não repita mais isso! tem de respeitar o professor.
Já imaginaram a gravidade e profundidade da homofobia , aos3 anos esse diabinho já identificar um gay e se sentir suficientemente poderoso e superior, para insultar um professor recém chegado na sala de aula.
Luta difícil essa nossa, ter de enfrentar preconceito que já vem do berço!
Segue abaixo outro episódio, observado e descrito por um antropólogo americano em 2002, publicado no nosso livro MATEI POR QUE ODEIO GAY, disponível no site www.ggb.org.br
. PROFESSOR VIADO: UM EPISÓDIO DE HOMOFOBIA INFANTIL NA BAHIA
Lance Arney
Doutorando em Antropologia, Emory University, Atlanta
Na tarde de 3 de maio de 2002,  apenas duas semanas depois de fazer uma tradução para o inglês do release do livro do GGB, O Crime Anti-Homossexual no Brasil, testemunhei uma cena que vividamente ilustra a extensão da homofobia   na sociedade brasileira. Quando eu preparava  minha comida na cozinha de meu apartamento, no bairro Dois de Julho, em Salvador, subitamente ouvi vozes de crianças na rua gritando “viado! viado!”  Olhei para fora pelas janelas da frente e vi cinco crianças pequenas, com idades entre 7 e 10 anos, perto dos portões de trás do Colégio Ypiranga. Observei incrédulo como escreviam em letras maiúsculas, com giz branco, em bom tamanho, nos portões de cor verde do Colégio: VIADO PROFESSOR .   ASS…VIADO.       TODO MUNDO CORNO.
Os desenhos de dois jogos de genitália masculina (pênis e testículos) e ao lado a representação de alguém com pernas abertas oferecendo seu ânus acompanhou o texto do primeiro portão. Depois que as crianças terminaram de escrever, elas começaram mais uma vez a gritar furiosamente “viado!” e bateram e chutaram os portões com violência. Então desceram correndo a rua, desaparecendo na esquina. Um segurança do Ypiranga veio para fora alguns momentos depois, mas chegou tarde demais para poder ver ou fazer qualquer coisa.
Três características sobressaem nesta pequena a cena de homofobia infanto-juvenil: as dinâmicas sociais de preconceito, a maneira em que a mensagem foi escrita, e as idades dos perpetradores. O “VIADO PROFESSOR” é muito provavelmente alguém que as crianças conhecem, não um desconhecido. Talvez seja um de seus próprios professores. Contudo, as crianças não se referiram a ele pelo seu nome. Contrariamente, elas desindividualizaram o professor ao categorizá-lo dentro de um  estigma, desumanizado no grupo dos  “viados.” As crianças insultaram  e apontaram que “um” professor era viado, mas na verdade,  mas faltou-lhes a coragem para identifica-lo e assinarem seus nomes abaixo do grafiti.  Se protegeram no anonimato.  Sua mensagem não foi algo que elas tivessem a força de dizer pessoalmente ao professor e nem, ao que parece, a outras pessoas. De fato, em certo momento, quando uma senhora idosa passou por elas, um menino do grupo pôs-se à frente da mensagem e usou seu corpo para esconde-la da visão da mulher. Sua tentativa de ocultar  o seu “trabalho” trai o seu próprio sentimento de vergonha e de estar fazendo “coisa errada.” Além disso, as crianças necessitaram do apoio uns aos outros para realizar o seu feito. Seu ato de homofobia foi um ato de grupo. Elas ainda usaram este ato grupal  como uma oportunidade de demonstrar bravata e poder, enquanto competiram entre si mesmos sobre quem era o mais  corajoso  para escrever nos portões, e discutiram sobre quem sabia a grafia correta de “viado.” Sua ousadia foi perdida, naturalmente, assim que o ato foi consumado, pois todas de elas fugiram de cena apressadamente.
O próprio formato da mensagem revela outras características sobre sua função. A declaração homofóbica das crianças foi escrita e publicada, feita visível de modo que todas as outras pessoas pudessem familiarizar-se com ela. As crianças quiseram que sua mensagem fosse preservada, e que o público geral o visse e lesse.. Mas a mensagem de giz nos portões do Colégio Ypiranga foi mais do que somente pichação. Foi uma pequena paródia do ato de ensinar. Ao  imitar um professor numa sala de aula escrevendo lições no quadro, elas escreveram lições nos portões, ensinando aos transeuntes algo poderoso que elas haviam aprendido: a homofobia.
Onde crianças tão jovens aprenderam a odiar gays? Ninguém nasce odiando ninguém. O ódio e comportamentos violentos são aprendidos socialmente. Estas crianças aprenderam de outras pessoas atitudes e comportamentos homofóbicos, assim como sua concepção de sexo entre homens. Quem lhes ensinou tal sofisticação? Certamente, em seu pequeno grupo, elas compartilharam a aprendizagem de seu ódio a gays, entre si. Como eu tentei fazer ter sentido o que eu havia testemunhado e me perguntei sobre o que poderia ser feito para prevenir crianças de transformarem-se em pessoas com tanto ódio, com tão pouca idade, lembrei-me de algumas palavras do professor Luiz Mott (este sim, um “professor viado assumido...”) no texto do lançamento que eu havia tão recentemente traduzido, especificamente sua chamada para a “implementação de cursos de educação sexual em todos os níveis escolares, transmitindo aos jovens noções de respeito à livre orientação sexual” como uma das medidas em curto prazo para erradicar a homofobia.
Se crianças tão jovens quanto as que eu havia observado, desenhando caricaturas de uma homossexualidade difamada são capazes de tal entendimento maduro de sexo e preconceito sexual, então não é tão cedo para se iniciar sua educação sexual. E se a elas não forem ensinadas “noções de respeito à livre orientação sexual” desde muito cedo, então alguém seguramente lhes ensinará algo diferente, tal como  odiar gays, por exemplo - o que elas, por sua vez, ensinarão a outros, que ensinarão a outros, e assim por diante, construindo teias intrincadas e redes de preconceito social.
Dois dias depois deste pequeno episódio de homofobia, chuvas pesadas finalmente lavaram dos portões verdes do antigo Colégio Ypiranga  a mensagem das crianças. A mensagem permaneceu  ali porque ninguém da administração da escola,  ou qualquer outra pessoa passando em frente e que leu a mensagem,  se importou ou pensou que valia  a pena apagar manifestação tão explícita de preconceito. Talvez a homofobia seja parte do currículo da escola. De qualquer maneira, a lição que as crianças ensinaram ao público sobre homofobia foi eficaz: pouco depois de a chuva haver parado, uma outra pessoa escreveu no mesmo lugar e da mesma maneira a palavra “VIADO” (mas desta vez com só um jogo de genitália masculina), assim demonstrando o que havia aprendido, ao imitar os ensinamentos de crianças tão precocemente preconceituosas. Triste Bahia! Como disse Gregório de Matos, o poeta Boca do Inferno ele próprio denunciando em vários de seus poemas, que o Governador desta Boa Terra era fanchono a forma como chamavam antigamente os viados.